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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Mucanda da minha amiga Helena

Canjala-Kwanza Sul



De: Helena

Luanda, 20 de Maio de 2010

Oi José, estas foram as primeiras fotos que eu tirei na Canjala a caminho de Benguela. A Capelinha à época estava mais bem conservada do que hoje é uma pena pois sempre que ali passo recordo com saudade uma das minhas antigas colegas de internato que era oriunda desta localidade, os seus pais também tinha uma fazenda por sinal com o nome dela fazenda Maria Manuela, as saudades apertam-me imenso quando ida de Luanda entro na província do Kwanza Sul na linha divisória que é o rio Longa a norte de Porto Amboim, recordo-me duma colega que já não está entre nós e que era nata da Conda os Pais tinham também uma roça de café o apelido dela era Moreso de parte de Mãe e do lado paterno Abrantes Sampaio, foi minha colega de internato durante algum tempo e da qual guardo as melhores recordações. Há lembranças que nos perseguem durante a vida e esta minha colega é realmente uma dessas pessoas que muito marcaram a minha vida na adolescência, e sempre que piso território do Kwanza Sul ela está sempre presente em meus pensamentos. Conheci no Sumbe durante uma das minhas permanências em trabalho um hóspede do hotel Sol Nacional que ao abordar com ele este episódio me dissera que era positivo porquanto as recordações eram demasiado fortes e transportavam uma carga positiva que me dava uma sensação de paz interior bastante forte.

Não sei se já passastes algo semelhante pois todos nos que tivemos uma infância vivida em fazendas comungamos todos as mesmas brincadeiras, as mesmas passagens fosse no Kwanza Sul ou Kwanza Norte no meu caso o dia-a-dia da fazenda era igual quer na época da colheita do café quer na época da capina nas tongas. Adorava ver as fogueiras no fundo do terreiro à noite com o luar a brilhar, Ver os pirilampos passarem e quantas vezes nos diziam que eram o maiambolas os espíritos que estavam a passar.

As fogueiras afugentavam a bicharada pois a presença das onças por perto era frequente mas havia espalhadas na proximidade da nossa casa várias armadilhas onde muitas caíram quando, elas, vinham tentar apanhar algum cão como o fizeram algumas vezes até uma vez chegaram a entrar dentro de nossa casa onde levaram uma cadela mesmo debaixo dos pés de minha Mãe, parece inacreditável mas é verdade só quem não viveu é que não acredita.

Resposta:
Querida amiga Helena, não tenho palavras para descrever o que dizias na tua mucanda. Tudo aquilo eu vivi e ao ler o que falavas os meus olhos encheram-se de Lágrimas. Se fores ao meu Blog verás que tem uma mucanda tua e a resposta. "Amo Angola" e aqui tão distante só eu e Deus é que sabe o quanto sofro. Vai continuando ligada a mim porque assim estás a dar um contributo para que este meu Blog "Angola eu te amo" continue bem vivo e falando mais e mais do Kwanza sul onde ficou meu coração.

5 comentários:

  1. É interessante esta narração, pois permite a nós leitores conhecermos outras histórias, não apenas a que vivemos...

    Não precisa agradecer a visitar, mas as vezes sumo e demoro a voltar, infelizmente, parte da minha vida exige isto.

    Fique com Deus, menino José Souza.
    Um abraço.

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  2. Texto carregado de ternura e amizade.

    Abraço.

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  3. " Se queres falar do mundo, canta a tua aldeia", ja dizia o grande Tolstoi! Muito bom, José. Abraços. Paz e bem.

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  4. José, a cada postagem, uma viajem!
    Obrigada pela partilha, amo fazer esta viajem visitando teu blog!
    Um carinhoso abraço!!!

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