Estes são os Blogues dos que amam Angola

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Musica

sábado, 26 de março de 2011

O bananal à beira do ribeiro

Sinto o cheiro, o som e aquela imagem do lindo bananal à beira de um ribeiro, onde havia uma pequena cascata. Onde a cascata caia, formava um pequeno lago antes de continuar o seu leito para entrar no rio Nhia.
Era um grande bananal, de bananeiras que produziam cachos de bananas que atingiam cerca de 80 quilos cada. Nós, as crianças, por vezes, pela estrada de terra batida e avermelhada, seguíamos até lá. Havia tantos cachos de bananas, uns verdes mas outros já amadurecendo. Tirávamos umas e comíamo-las, hum… como eram gostosas aquelas bananas com um cheiro que nunca mais encontrei igual! Passávamos por entre o bananal e aproximamo-nos do ribeiro onde se encontrava algumas mães, dos meus amigos, lavando a roupa lá no lago. De tronco nu, ancas à mostra até uma parte das nádegas, só uma tanga tapava parte delas e a parte vaginal, de pele lisa e brilhante, curvados sobre as águas compunham aquele lugar de cheiro exótico.
“A função sexual no homem, levou as nádegas a assumirem uma função terciária, de carácter social. Na maioria das sociedades humanas actuais, independente de sua indumentária típica (que pode mesmo chegar à nudez total), as nádegas são encaradas como áreas "tabu" do corpo humano, onde o toque só é permitido em casos de extrema intimidade. Em certas sociedades, no entanto, um palmada nas nádegas pode ser interpretado como um cumprimento ou um gesto de incentivo entre membros de um grupo social fechado, especialmente entre homens. Em muitos lugares, é considerada uma ofensa grave a exibição deliberada das nádegas nuas.
Em Portugal, mesmo em Angola, as nádegas são consideradas a preferência pois é a região anatómica feminina mais observada pelos homens. As mulheres com o maior volume de nádegas causam uma maior atenção e desejo sexual”.
Os filhos daquelas mulheres, meus cambas (amigos), tiravam as roupas e sem preconceitos, saltavam lá para a água enquanto eu apreciava toda aquela azáfama… do bananal ao ribeiro. O nosso bananal à beira do ribeiro!

segunda-feira, 21 de março de 2011

As judiarias que lhe fizemos!

Era uma vez, um homenzinho dos seus 50 anos que trabalhava na EIP (Electricidade Industrial Portuguesa) em Portugal. Foi destacado pela empresa para ir trabalhar para Angola, no inicio da década dos anos 70, na construção de uma linha de corrente eléctrica de alta tenção, que iria ligar à barragem de Cambambe, no rio Cuanza, à cidade da Gabela. Essa linha passava mesmo por cima da nossa Chitaca (roça). Ele, o Sr. António, foi fazer parte de uma equipe que já lá andava nesses trabalhos. Mas ele era o mais velho e o mais novo naquela equipe. Todos almoçavam, jantavam e dormiam em nossa casa dentro de um armazém que tínhamos para resguardar o café ou o milho. Pois como a cidade ficava a 50 quilómetros de distância, não compensava ir e regressar aquele lugar de trabalho. Eram cerca de 25 trabalhadores, todos eles com experiencia de trabalharem entre selvas e savanas, só o Sr. António era um noviço mas com muita curiosidade para saber das coisas “misteriosas” que ouvira falar de Angola ainda em Portugal. Queria saber o que era uma pacaça! Então um certo dia, lá na savana, enquanto trabalhavam, os seus colegas o chamaram para se aproximar, mas em silêncio, para traz de uma árvore a fim de a ver. Foram dizendo para se colocar mais à esquerda, ou mais à direita para que a pudesse ver a pastar. O sr. António lá se foi colocando, ao jeito que o mandavam, mas teve de sair correndo, gritando alucinadamente, com as picadelas que sentia pelas pernas a cima. Pois não havia, ali, aquele animal que pretendia ver. Havia, era um grande carreiro com milhões de formigas carnívoras, para onde foi conduzido pelos colegas a fim de sentir o que era a mordidela dessas formigas. Enquanto ele gritava os colegas maldosos desatavam a rir. Fizeram-lhes mil e uma judiarias. Outra vez eles passaram por perto de um bananal e o Sr. António ao ver aqueles lindos cachos, alguns já maduros, contemplou-os. Os colegas deram-lhe uma catana e disseram-lhe para ele cortar um. Ao verem que ele já tinha subido a bananeira e se preparava para cortar o cacho, numa destreza aproximaram-se da bananeira e deram-lhe um golpe, fazendo com que a bananeira tomba-se com o Sr. António. Pois nuca se sobe a uma bananeira para lhe extrair o cacho. Ela só dá um, por isso tem de ser cortada rente ao chão a fim de que voltem a surgirem rebentos que serão as novas bananeiras. Também o Sr. António não gostava nada de jindungo (piripiri). Então, as minhas irmãs que preparavam as mesas onde eles tomavam as refeições, no prato, no guardanapo e na borda do copo do Sr. António esfregavam-lhe jindungo. Por um pequeno orifício enfiavam, no pão e na maior banana, um bago de jindungo. Até nos talheres lhe esfregaram jindungo.
Já imaginaram o homem, perdido com aquele fogo na boca, deixa de comer e para o abafar vai beber água mas o copo estava pior, limpa-se ao guardanapo piorou a situação, desiste de almoçar e sai para a rua, mas regressa com um sorriso e vem buscar a maior banana que estava no cestinho. Quando lhe dá a primeira trincadela e mastiga, a gritar entra para a sala e vê os colegas todos a rirem.
Depois as minhas irmãs lá lhe arranjaram outra coisa para ele comer. Já à noite, quando se deitaram nas camas, viram o senhor António a sair da sua a gritar, pois os seus colegas espalharam nos lençóis um pó que se retirava da vagem de uma árvore e que causava uma comichão tremenda! Mais uma vez o amigo António era vítima das judiarias de seus colegas. Tudo isto em nome da “amizade”.
Mas eram saudáveis aquelas brincadeiras e ele sentia-se feliz com isto. Também já o conheciam e sabiam que poderiam brincar com ele. Por isso, isto era tudo combinado. Bela recodação na histórias da minha vida!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Que grande saudade do nosso lago!


Era sempre assim: Em frente à aldeia onde eu vivia, lá no meio da savana, mesmo ao fundo do morro, os pais dos meus amigos para construírem suas casas, retiravam terra lá dum local mesmo em frente à aldeia. A medida que tiravam essa terra o buraco ia crescendo e ficou mesmo muito grande. Ficou tão largo que, quando chovia, tornava-se num lago e nas suas bermas cresciam caniços da “massambala”. A “massambala” é um tipo de cana fina que junto de sua folhagem tem género de um espigo com um grão um pouco maior que o do trigo. Para além destes caniços crescia uma outra folhagem do capim conhecido por “marianga”. Aquele buraco junto da aldeia, lá longe onde eu vivia junto dos meus cambas (amigos), por noite dentro ouvia-se o canto produzido por centenas de rãs. Durante o dia, nós os miúdos, pegávamos um pedacinho de arame de rede de capoeira, afiávamo-lo e curvávamo-lo fazendo assim um anzol. Depois, pegava-mos um pau com 2 metros de “mica” (fio de nylon que se utiliza para a pesca e outros trabalhos), apanhávamos umas minhocas e colocávamos no anzol, logo a rã ia lá apanhar e nós as tirávamos para fora do lago. Fazíamos concurso para ver quem apanhava mais. A minha irmã mais nova com a idade dos 8 aos 11 anos, ficava lá connosco mas gritava para ver se algum, dos nossos cambas, lhe emprestava o “apanhador de rãs". Já rente à noite regressávamos felizes pela brincadeira que fazíamos lá no lago, no nosso lago!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Dog Murras em Salvador - Bahia

O "Semba" é a música original de Angola e que me satisfaz a alma. Foi o Semba que deu oringem ao Samba. Os escravos angolanos levaram para o Brasil o Semba, mais tarde, modificando um pouquinho o ritimo, tiraram o "e" na palavra Semba e colocaram o "a" ficando assim o nome "Samba". A música de Angola é uma das coisas que tanta saudade invade minha alma. Ver, as lindas mulheres, abanando o mataco (Bunda) com um ritimo erótico e sem complexo! Os Angolanos são os maiores em Música!!!