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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Milhares de seres humanos morrem todos os dias















O direito à dignidade humana, aos princípios básicos de sobrevivência, à saúde, aos cuidados básicos, a viver livremente e manter a sua integridade jurídica são alguns dos pontos de partida, que a princípio deveriam existir em pleno século vinte e um, para todos os Homens. Pura e descarada mentira. Provavelmente mais de 65% da população não tem a maior parte destes pressupostos.
A maior causa de morte no mundo continua a ser a fome, quando nos parece incrível que com todos os recursos que existem, ainda se morra à fome. Também me parece incrível tudo o que se tem passado no Haiti. Dá-se uma catástrofe, e de repente, surge uma onda mundial por parte do povo, de solidariedade, quase como expiação de todos os pecados, como forma de se sentirem bem consigo próprios, a querer algo pelo Haiti.
Quero deixar bem claro antes de tudo, antes de lerem o que vem a seguir, que respeito a vida humana acima de tudo, e a dignidade humana. Não me peçam é para pensar pela cabeça dos outros e baseado em sacionalismo quase obsceno, de crueldade intolerável, que as noticias nos vão bombardeando para encher jornais e ganhar audiências me tolde o pensamento.
É um ultraje o que se tem passado com divulgação de propaganda que nada tem de humanista, nada tem de legitimo, nada tem de nada. Custa-me rir de quem pede minutos de silêncio, de quem pede para as pessoas fazerem donativos, de quem pede ajuda para os haitianos. Então, assim de repente, esta é a única desgraça no mundo inteiro, e nada mais de grave se passa? 50 mil? 100 mil? Deixem-me rir e sabem porquê? Alguém sabe dizer-me quantas crianças (leram bem, crianças, e apenas crianças) morrem por dia à fome na Somália, que é apenas um pequeno país? Não sabem, pois não? Pois posso dizer-vos segundo estudos de entidades de ajuda humanitária morrem por mês mais crianças na Somália que na Europa inteira em um ano! Depois, e voltando ao Haiti, alguém sabe quem tem o dever e obrigação de ajudar? Existe apenas um grupo que tem obrigação de ajudar e assegurar a devida construção de território, que é o grupo dos países desenvolvidos. Ponto final.
Todos pagamos impostos e pagamos o suficiente, pois em caso de catástrofe beneficiamos de uma verba e ajuda mundial, para o efeito, assim como os países menos desenvolvidos também beneficiam disso. Por falar em menos desenvolvidos, como se chama a uma população que está a precisar de ajuda e faz barreiras com cadáveres como forma de protesto à falta de ajuda humanitária, e que pilha, mata e viola a troco de comida e bens? Como? Animais? Ouvi bem? Parece-me que sim. Nem todos serão, é certo, mas existe uma grande fatia de haitianos que não se têm portado nada bem para quem precisa de ajuda e está numa posição difícil, por isso quando levarem comida, viveres, medicamentos e outros bens, não se esqueçam de levar uma arma carregada porque nunca se sabe como o Homem se porta em condições adversas. Eu sei uma coisa, por muito difícil que seja a condição humana, acho que quando existe evolução, cultura e união (tal como já foi demonstrado na história por muitos povos) existe sobrevivência, existe entreajuda, existe que da destruição nasce a mais bela flor.
Custa-me imenso ver a indiferença do mundo em relação a imensos países que precisam de ajuda durante todo o ano. Custa-me ver as grandes potências patrocinarem guerras em vez de prestar ajuda humanitária. Abomina-me ver alguns países a aproveitar a desgraça dos outros para se aproveitarem de recursos, acordos de publicidade.
O mundo não está unido ao contrário do que fazem parecer, o planeta está doente de uma doença chamada “ganância”, que já falei em outros artigos, é a pior de todas as doenças. Ajoelhemo-nos pois, porque pecamos em demasia e onde não se vê. Porquê tanta ipocrisia, se para o mundo desenvolvido, e que agora com esta pequena tragédia, vem demonstrar que querem ajudar, ajudar um povo que já vivia há muito de fome e miséria, e que, para essas superpotencias até lhe interessa que essas calamidades existam porque, através delas, vão buscar grandes devidendos.
São estas e muitas outras que vão pelo mundo que faz sentir em mim, cada vez mais, o desejo de ser SELVAGEM.