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Musica

terça-feira, 30 de março de 2010

A NOSSA LIBERDADE NA SELVA


Durante os catorze anos que ali permaneci, conheci e senti a maior das maiores liberdades. Nós éramos livres como todos os seres vivos da floresta ou da savana. Quando cheguei a Portugal a liberdade acabou.
Naquele lugar, ninguém precisava de se preocupar com impostos, com a porcaria do relógio, com o trânsito, com a procura de dinheiro, com os ladrões ou com os assassinos! Não! O relógio era o Sol e os dias eram maiores, havia tempo para tudo.
As leis eram ditadas pelo “Soba”, «Chefe dos aldeões», que eram formadas em sintonia com a Natureza da selva.
Vivi no paraíso da pura liberdade, onde reinava o humanismo, a humildade, a benevolência e a compreensão.
Liberdade só a conheci enquanto vivi naquelas savanas e selvas Angolanas.
Éramos livres e formávamos uma corrente, de elos fortes, em que todos juntos cantávamos várias canções.
Só a guerra quebrou estes elos e nos separou, quem sabe, para sempre. Deles nada sei! Não sei se faleceram, se estão no mesmo sítio, se já são avós ou, se também fugiram. A melhor coisa que me poderia acontecer na vida, seria voltar aquele lugar, ver tudo e abraçar todos os que me viram crescer e que sabiam que eu era branco por fora mas negro por dentro.

1 comentário:

  1. José, creio que entendo você, essa liberdade está na alma que consegue viver na simplicidade da natureza, dos sentimentos sinceros, da liberdade de expressão, da libertação do supérfluo. É meu caro, só dando tempo ao tempo, lendo muitos artigos portugueses e até brasileiros, vemos como muitos homens estão distantes disso, mas faz parte da evolução da Humanidade. O tempo curará isso. Ainda bem que tens lindas lembranças. Sua vivência, experiência rica como tiveste, só engrandeceu seu espírito e tens a poesia como forma de manifestar seu crescimento e alertar a outros.

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