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terça-feira, 13 de abril de 2010

Numa noite de caça


Quando tinha 19 anos, fui passar uns dias a casa dos sogros da minha irmã Otília, que ficava a dez quilómetros de distância.
Um dos filhos, o Toninho, era mais novo que eu, tinha apenas 17 anos.
Um dia, por volta das 22 horas, pegou no Jeep Land Rover, colocou-me na cabine. Na carroçaria, de pé, seguiram dois homens de raça negra. Cada um deles levava um farolim na testa. Farolim esse, ligado a uma bateria pendurada na cinta e uma arma na mão.
O Toninho conduzia o Jeep, também com uma arma ao nosso lado. As armas eram caçadeiras e a 22 longos (22 longos era uma arma de caça parecida com a G3 arma do exército) utilizava uma bala, certeira a uma distância de cento e cinquenta metros.
Lá seguimos até a “Anhara” Savana de N’dala Caxibo.
Depois de termos percorrido uns vinte quilómetros começaram a ver-se, naquele deserto escuro, centenas, ou milhares, de olhos a brilharem.
Eram Palancas, Gnus, Nuches, Veados, Impalas, Pacaças, Seixas e Javalis.
Junto destes havia clãs de animais carnívoros: leões, hienas e onças (estes últimos são semelhantes a um leopardo mas um pouco mais pequenos e só eram brancos com pintas pretas).
Leões, os Reis da nossa savana de Angola
Parámos, ali perto dos quadrúpedes. O Toninho saltou para cima do veículo e tanto ele como os outros, de arma em punho atiravam contra aqueles olhos brilhantes. Como nos encontrávamos num deserto e em risco, devido aos Leões e Hienas, ninguém saiu do Jeep, nem mesmo para recolher a caça.
Regressámos a casa e no dia seguinte, bem cedo voltámos lá e trouxemos três peças de grande porte. Ficámos com alguns nacos mas 88% da caçada foi entregue ao povo da Sanzala.
Era assim em “África Minha”.

1 comentário:

  1. bem... te garanto se fosse comigo, só de ver tantos olhitos acho que morria de medo
    ~beijitos

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