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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Uma predadora de cabritos


Certo dia, em que o meu pai se tinha deslocado à capital (Luanda) para tentar encontrar um armazém que lhe pagasse melhor a produção de café, eu dirigi-me para junto de um tanque, que tinhamos em frente da casa com água potável que servia para todos, com intenção de aparar aquela água fresquinha com a mão e bebê-la. Qual não foi o meu espanto ao ver que juntamente com a água que caía na minha mão excremento de cabra. Como era totalmente impossível, deslocarem-se cabras para aquelas altitudes rochosas, pedi a um rapaz, chamado Januário, que não trabalhava e que pertencia ao tal grupo que eu ensinara a escrever e que andava sempre na minha companhia, para ir ao local do nascente e ver o que se passava.
Passados uns momentos vejo-o a correr por ali abaixo, saltando pedra por pedra, para me dizer que a causa daquele estranho acontecimento era uma cobra que estava enrolada na água e tinha na boca um cabrito.
Quando ás cinco horas os cinquenta trabalhadores que trabalhavam na nossa fazenda de café, terminaram o trabalho, pedimos-lhes para lá irem matar a cobra mas todos recearam e ninguém queria ir. Surgiu então um homem, que pelos vistos era um destemido e era o chefe nas caçadas, que se resolveu a ir lá, e claro que todos o acompanharam. O ancião mexeu na cobra com um pau, e quando ela levantou a cabeça passou-lhe, a bem afiada catana, fazendo-a saltar logo para o chão, trespassada pela lâmina. Trouxeram-na aos ombros, atada a um tronco. Tinha seis metros de comprimento e uns noventa centímetros de envergadura. Era uma “jibóia”.
Pousaram-na no chão e esteve ali a saltar cerca de meia hora.

4 comentários:

  1. Uma honra te conhecer e seguidores nos tornarmos,"muita figurinha trocaremos,nasci em Manaus Amazonas).Bom blog ,diferenciado e com toque personal teu!

    abraços!

    viva la vida

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  2. cá estou aqui a deitar o olhinho no blogue. aproveito para dizer que fiquei por freguesa dos dois. e já vou ser seguidora fiel. Posso?

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  3. Sou leitora assídua do teu blog pois vivo e revejo-me num passado idêntico ao teu com histórias veridicas idênticas ás que aqui fazes referência. Continua com essa vontade de descrever todas as passagens que a vida te proporcionou nesta nossa bela terra. Kandandos

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  4. Meu amigo...Um beijo


    Cubata


    Cubata...
    Vermelha...
    De adobos...
    Coberta de capim...
    Capim seco...

    Cubata...
    Uma, duas...
    E mil...
    E aí...
    A sanzala...

    Sanzala...
    Cheia de cubatas...
    Com gente...
    Com gemidos...
    Com muitos ais...

    E com muitas crianças...
    Descalças e sujas...
    Mas com olhos...
    Grandes e doces...

    Olhar sem maldade...
    Olhar com esperança...
    Esperança no novo dia...


    E ao som do batuque...
    Com a mandioca...
    A fuba e o pirão...
    A criança foi crescendo...

    E hoje é homem...
    E olha para trás...
    E sente e sabe...
    Que foi bom...
    Ter tido...esperança!...


    Lili Laranjo

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