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Musica

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Baía (Marginal) de Luanda

A década de 1960 e meia de 75, vivia, como já sabem, em Angola. Lembra-me de tudo o que por lá passei. Lembra-me das esplanadas dos bares na Capital de Luanda, daquela Marginal ou da Mutamba. Tudo esfervilha-va, Luanda tinha muita vida com esses bares a abarrotar. Nunca vi crianças, ou adultos, pedintes ou a venderem quinquilharias para poderem sobreviverem. As esplanadas eram compostas por brancos, negros, mulatos ou mestiços. Bebia-se cerveja Cuca e comiam-se camarões que eram os tremoços de Luanda. Apreciava-se os transeuntes, Cafécos (Raparigas) de bela minissaia e os Kandengues (Rapazes) de calça á boca-de-sino com sapatos de rasto alto e cabelo comprido ou penteados com muita brilhantina tipo Jonh Trovolta. Estava-mos nos anos do “Yé-yé” onde até os Automóveis eram místicos.
Todas as raças, de homens, ao passarem uns pelos outros, olhavam-se olhos nos olhos e o seu sorrio entrava-nos na alma. Racismo…eu nunca por lá vi! Todos era-mos iguais e por isso é que existia muita gente Mulata ou mestiça. Tenho na família raparigas que se casaram com Negros. Existia sim divisão de classes, mas isso, pelo que me contam, em Portugal era bem pior. Também conheci, em Angola, muitos brancos que eram marginalizados por outros brancos pelo facto de não quererem trabalhar e deixarem-se cair no desleixo e viverem na pobreza nos “Musseques” (Bairros onde viviam os que não queriam trabalhar) ou na mata longe da civilização.
Mas aquela Luanda, dos anos 60, me deixa tanta saudade que dá vontade de cantar; “À manhã vou acender uma vela na Muxima… Vou á Mutamba e pego um Maximbombo qualquer… A Rainha da Terra Nova só para lá no Musseque”.


São Saudades e tantas Saudades de todo o esfervilhar que em Luanda existia. Ai-ué mama!
Amanhã-Duo Ouro Negro (Anos 60)

7 comentários:

  1. Se saudades sentiu é porque, ali, viveu bem e feliz. Então, é sempre muito bom recordar a sua Luanda. Gostei muito da sua postagem. A África tem algo de mágico e encantador mesmo. Um grande abraço José, boa semana, um bom dia! :)

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  2. José, só se sente saudades de coisas boas, se sentes saudades de Angola é um ótimo sinal do quanto esse tempo foi importante pra ti e do quanto faz diferença em tua vida.
    Sentir saudades nos faz mais humanos.
    Um forte abraço com desejos de uma linda semana.

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  3. Interessante, mas ainda pode existir este clima se tivermos boa vontade de entender a nossa supostas diferenças, seja de cor, credo, ou idade...

    Fique com Deus, menino Jose Souza.
    Um abraço.

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  4. JOSE ,
    DEPOIS VISITA ESSE BLOG,
    CREIO QUE VAI GOSTAR DAS MATERIAS LA EXPOSTAS.
    http://afrocorporeidade.blogspot.com/2010/09/congo-vai-ensinar-lingua-portuguesa-nas.html

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  5. Sim meu amigo, não tem como não sentir saudades de um tempo que a gente viveu e sentiu tudo o que tinha por direito ou não.Viver é contar saudades sim.E são belas estas saudades que voce reporta.Um abraço de paz.

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  6. José
    Pra mim a Africa só existia no papel. Na minha história de colégio.
    Hoje eu fico vendo voce escrever e amo também Angola por voce.
    E fico arrepiada. Com suas histórias
    Com carinho MOnica

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  7. A Africa e seus encantos!
    Vim agradecer a sua presença em meu blog. Esse carinho que recebemos na blogosfera nos alimenta a alma!


    Um beijo carinhoso e feliz!

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