Era uma vez, um homenzinho dos seus 50 anos que trabalhava na EIP (Electricidade Industrial Portuguesa) em Portugal. Foi destacado pela empresa para ir trabalhar para Angola, no inicio da década dos anos 70, na construção de uma linha de corrente eléctrica de alta tenção, que iria ligar à barragem de Cambambe, no rio Cuanza, à cidade da Gabela. Essa linha passava mesmo por cima da nossa Chitaca (roça). Ele, o Sr. António, foi fazer parte de uma equipe que já lá andava nesses trabalhos. Mas ele era o mais velho e o mais novo naquela equipe. Todos almoçavam, jantavam e dormiam em nossa casa dentro de um armazém que tínhamos para resguardar o café ou o milho. Pois como a cidade ficava a 50 quilómetros de distância, não compensava ir e regressar aquele lugar de trabalho. Eram cerca de 25 trabalhadores, todos eles com experiencia de trabalharem entre selvas e savanas, só o Sr. António era um noviço mas com muita curiosidade para saber das coisas “misteriosas” que ouvira falar de Angola ainda em Portugal. Queria saber o que era uma pacaça! Então um certo dia, lá na savana, enquanto trabalhavam, os seus colegas o chamaram para se aproximar, mas em silêncio, para traz de uma árvore a fim de a ver. Foram dizendo para se colocar mais à esquerda, ou mais à direita para que a pudesse ver a pastar. O sr. António lá se foi colocando, ao jeito que o mandavam, mas teve de sair correndo, gritando alucinadamente, com as picadelas que sentia pelas pernas a cima. Pois não havia, ali, aquele animal que pretendia ver. Havia, era um grande carreiro com milhões de formigas carnívoras, para onde foi conduzido pelos colegas a fim de sentir o que era a mordidela dessas formigas. Enquanto ele gritava os colegas maldosos desatavam a rir. Fizeram-lhes mil e uma judiarias. Outra vez eles passaram por perto de um bananal e o Sr. António ao ver aqueles lindos cachos, alguns já maduros, contemplou-os. Os colegas deram-lhe uma catana e disseram-lhe para ele cortar um. Ao verem que ele já tinha subido a bananeira e se preparava para cortar o cacho, numa destreza aproximaram-se da bananeira e deram-lhe um golpe, fazendo com que a bananeira tomba-se com o Sr. António. Pois nuca se sobe a uma bananeira para lhe extrair o cacho. Ela só dá um, por isso tem de ser cortada rente ao chão a fim de que voltem a surgirem rebentos que serão as novas bananeiras. Também o Sr. António não gostava nada de jindungo (piripiri). Então, as minhas irmãs que preparavam as mesas onde eles tomavam as refeições, no prato, no guardanapo e na borda do copo do Sr. António esfregavam-lhe jindungo. Por um pequeno orifício enfiavam, no pão e na maior banana, um bago de jindungo. Até nos talheres lhe esfregaram jindungo.
Já imaginaram o homem, perdido com aquele fogo na boca, deixa de comer e para o abafar vai beber água mas o copo estava pior, limpa-se ao guardanapo piorou a situação, desiste de almoçar e sai para a rua, mas regressa com um sorriso e vem buscar a maior banana que estava no cestinho. Quando lhe dá a primeira trincadela e mastiga, a gritar entra para a sala e vê os colegas todos a rirem.
Depois as minhas irmãs lá lhe arranjaram outra coisa para ele comer. Já à noite, quando se deitaram nas camas, viram o senhor António a sair da sua a gritar, pois os seus colegas espalharam nos lençóis um pó que se retirava da vagem de uma árvore e que causava uma comichão tremenda! Mais uma vez o amigo António era vítima das judiarias de seus colegas. Tudo isto em nome da “amizade”.
Mas eram saudáveis aquelas brincadeiras e ele sentia-se feliz com isto. Também já o conheciam e sabiam que poderiam brincar com ele. Por isso, isto era tudo combinado. Bela recodação na histórias da minha vida!
Já imaginaram o homem, perdido com aquele fogo na boca, deixa de comer e para o abafar vai beber água mas o copo estava pior, limpa-se ao guardanapo piorou a situação, desiste de almoçar e sai para a rua, mas regressa com um sorriso e vem buscar a maior banana que estava no cestinho. Quando lhe dá a primeira trincadela e mastiga, a gritar entra para a sala e vê os colegas todos a rirem.
Depois as minhas irmãs lá lhe arranjaram outra coisa para ele comer. Já à noite, quando se deitaram nas camas, viram o senhor António a sair da sua a gritar, pois os seus colegas espalharam nos lençóis um pó que se retirava da vagem de uma árvore e que causava uma comichão tremenda! Mais uma vez o amigo António era vítima das judiarias de seus colegas. Tudo isto em nome da “amizade”.
Mas eram saudáveis aquelas brincadeiras e ele sentia-se feliz com isto. Também já o conheciam e sabiam que poderiam brincar com ele. Por isso, isto era tudo combinado. Bela recodação na histórias da minha vida!
Alô, José!
ResponderEliminarPelo jeito, esses gajos queriam mesmo acabar com o pobre Sr. Antonio!
Este pó de que falas, que dá uma coceira terrível, aqui no Brasil se chama "pó de mico"!
Jindungo ou piripiri parece ser uma variedade de pimenta vermelha, como a nossa malagueta.
Bananeiras, eu tenho diversos pés aqui no fundo do meu quintal, e cada uma só dá um cacho de frutas, mas depois de cortada a árvore, no mesmo local nascem outras, como disseste!
Ótima e engraçada história, José!
Nós brasileiros, que vivemos debochando de tudo, achamos os portugueses muito sérios e sisudos, mas vejo que vocês também sabem apreciar uma boa brincadeira!
Abraços ultramarinos!
José,
ResponderEliminarAgradeço sua visita no meu blog, e aproveito para te deixar minha admiração e encantamento pela sua linda história. Parabéns.
Abraço,
Marilza Rezende.
Linda historia mesmo, mas coitado do seu Antonio. Beijos meu amigo
ResponderEliminarQuando do "puto", chegavam a Angola, pela primeira vez. Os que já lá se encontravam. Preparavam quase sempre uma surpresa aos recém,chegados. Contaram-me que um amigo recebeu, outro amigo, em sua casa quando do "puto", chegou a Angola. Depois do jantar foram apanhar abacaxi, tendo o amigo de Angola dito ao amigo recém-chegado para levar o escadote para poderem chegar ao fruto. Eram brincadeiras que todos aceitavam de bom grado, creio que ninguém levava a mal
ResponderEliminarComo esta haviam, muitas outras, mais.
Um dia, diz um amigo para o outro. Olha amigo ao meio-dia passei pela anhara X, foquei um Javali, e com um tiro certeiro na testa matei-o!
Angola maravilhosa,
Quem te poderá esquecer
Luanda, tão bela e formosa
Tenho orgulho por te conhcer.
Um abraço
Eduardo.
Hola José! Es una bella historia hecha de recuerdos y el que ama a su tierra es señal de tener buen corazón. Gracias por tu paso por mi blog y por tus palabras hacia él.
ResponderEliminarEres bienvenido.
Brisas e beijos.
Malena
Jose
ResponderEliminarMas tudo isto aconteceu com um sujeito só?
Que tristeza!
Ele devia ser um boa praça!
com carinho Monica
Nossa amigo que história...Gosto de ler suas histórias sempre aprendo com elas.beijos achocolatados
ResponderEliminarOlá, José! Apesar das malvadezas com o Sr. Antônio, adorei conhecer mais um pouco da sua amada Angola, conte-nos mais histórias instrutivas como essa!...O seu comentário quanto a sentir como se na origem fossemos negros, achei bem interessante, uma vez que é exatamente o que julga um grupo de estudiosos do esoterismo (teósofos), eles afirmam que uma das primeiras raças do nosso planeta era composta por homens negros de altíssima estatura, os habitantes da Lemúria, que ficava próximo à Atlântida, a qual, afirmavam, localizava-se no oceano Atlântico, próxima aos Açores de hoje. Não é interessante? Abrs!
ResponderEliminarJose
ResponderEliminarEu também achei interessante o modo como contou a história.
Voltei porque estou revendo cada um passou no meu cantinho.E de fato acho mesmo que Angola se parece com o Brasil
Um abraço
E as garotas mineiras , já enviaram alguma mensagem?
elas disseram que iam enviar depois do carnaval
com carinho Monica
AHahah...Estou aqui rindo sem parar. Este conto tão bem escrito por você, me fez lembrar as histórias que meu irmão, que é militar da Aeronáutica, contava quando foi acampar no Xingu, fazendo um curso de sobrevivência na selva...AHahah... Gostei muito da sua postagem, parabéns!
ResponderEliminarJose,
ResponderEliminarO sr António era um santo!!! Rsrs
Obrigada por mais uma visita no Desnuda e no Sam amigo e desculpe a demora no retorno. Uma gripe me deixou desanimada para a net.
Uma boa noite. Beijos com carinho.
Ei, José. O Sr Antônio passou maus bocados com vocês, hein? Gostei de suas recordações de uma infância muito alegre e proveitosa. Meu abraço. Paz e bem.
ResponderEliminarOii bom dia, recordacões de infancia muito bom,que vc tenha um lindo final de semana,Ei, Benditos sejam os amigos
ResponderEliminarque acreditam na tua verdade
ou te apontam a realidade
Porque amigo é a direção
é a base, quando falta o chão,que vc e teu blog venha iluminar nossas vidas cada dia mais bjks!
Eu Sandra do Blog Meu Aconchego e Elaine Barnes do Blog Nas Asas da Coruja convidamos vocês para trazermos agora para o real, todo seu talento, todo seu carisma, todo seu carinho...Estamos convidando Todos vocês para o Primeiro Encontro de Blogueiros, Sarau "Somos Reais". Onde vocês poderão expor sua arte,seja sua pintura, musica, poemas, textos ou trabalhos manuais ... E onde poderemos nos encontrar e dividir todo esse amor que já dividimos através dos blogs.Nosso Encontro será na Academia Movimentos.Tenho absoluta certeza de que será mágico nosso encontro.E simplesmente inesquecivel.Conto com a presença de todos vocês.O dia do encontro: 22-05-2011Local- Academia MovimentosHorário : á partir das 14:30 hrsEndereço completo. Rua do Horto 350 .Zona NorteReferencia Próximo ao Horto Florestal Contato e confirmação de presença pelos emails:sandrag959@gmail.comelainebb08@hotmail.com* Será cobrada apenas uma taxa de dez reais para petiscos.*O numero da conta pra depósito da contribuição de 10 reais será mandada ao email dos que confirmarem presença.beijos achocolatados
ResponderEliminarMas que meninos arteiros vocês eram hein!!!! Rsrss
ResponderEliminarCoitado do Sr. Antonio!
José, desculpe pela demora em comentar, gostei de ler sobre você, agradeço pela visita sempre bem vinda no meu blog.
Um grande abraço!