Do blogue “Casa de Luanda”.
JOSÉ SARNEY
Língua e ferrovia•
Quando, em 1988, visitei Angola e conversei bastante com o presidente José Eduardo dos Santos, a guerra civil estava num dos seus piores momentos. Falamos, sobretudo, sobre o modelo atrasado e retrógrado da administração portuguesa. O presidente angolano pensava em fortificar e desenvolver as línguas tribais com o objetivo de extirpar o português. Fi-lo ver que a nossa experiência fora diferente. Aqui o português matou os dialetos, sobrepôs-se ao nheengatu, a língua geral, e serviu para consolidar a unidade nacional.
Assim, dizia eu ao presidente angolano, se os portugueses pouco deixaram em Angola, deixaram a língua, que a nova nação deveria utilizar para tirar todos os proveitos políticos, a unidade nacional e como instrumento para a educação e inserção no mundo com seus 400 milhões de falantes de português.
Comentários lá no blogue
Anónimo disse...
Língua e ferrovia•
Quando, em 1988, visitei Angola e conversei bastante com o presidente José Eduardo dos Santos, a guerra civil estava num dos seus piores momentos. Falamos, sobretudo, sobre o modelo atrasado e retrógrado da administração portuguesa. O presidente angolano pensava em fortificar e desenvolver as línguas tribais com o objetivo de extirpar o português. Fi-lo ver que a nossa experiência fora diferente. Aqui o português matou os dialetos, sobrepôs-se ao nheengatu, a língua geral, e serviu para consolidar a unidade nacional.
Assim, dizia eu ao presidente angolano, se os portugueses pouco deixaram em Angola, deixaram a língua, que a nova nação deveria utilizar para tirar todos os proveitos políticos, a unidade nacional e como instrumento para a educação e inserção no mundo com seus 400 milhões de falantes de português.
Comentários lá no blogue
Anónimo disse...
Curiosamente, o Presidente Sarney deveria ter dito que Angola, entre a década de 60 e 70, foi o país a nível mundial com maior taxa de crescimento...
Exportações Notáveis de Café, Algodão, Sisal, Diamantes, o petróleo a começar a ser explorado, Madeiras, etc. etc...
José Sousa diz.
Blogueiros da “Casa de Luanda”! Toma como informação credível do que já falou o outro comentarista antes! O "Anónimo". Ele falou a verdade! Quando você diz que "Assim, dizia eu ao presidente angolano, se os portugueses pouco deixaram em Angola, deixaram a língua, que a nova nação deveria utilizar para tirar todos os proveitos políticos". Que eu saiba, quando os Portugueses chegaram a Angola em 1486, as casas dos nativos era de pau a pique e capim! Já nos anos 60 o meu pai vendeu tudo o que tinha em Portugal para fazer florir essa Angola. E sempre que tentou enviar algum dinheiro para Portugal, o governo de Salazar não deixava, era proibido. Só os Importadores e exportadores, conseguiam deixarem os seus dinheiros já em bancos da Suíça para que o governo português não tivesse conhecimento! Todas essas belas cidades que aí conheci e aí ficaram, eram fruto de Portugueses! Sabiam? Tirem essa venda dos olhos e vejam com toda a claridade! Eu defendo quem é realista.
A Angola que todos conheceram, com lindas cidades, estradas de ligação às mesmas, ferrovias, aeroportos, pontes, Barragens, escolas para todos, hospitais, empresas fabris onde todos tinham direitos ao emprego, só não trabalhava quem era malandro, tal como acontece em Portugal, etc. Foram os portugueses quem desenvolveram a Angola que chegou a ser o maior país, com melhores condições de igualdade social, em toda a África. Em Angola, quando da chegada dos portugueses, só existiam casas, como já disse, de pau a pique cobertas e forradas com capim ou rama de palmeira. Se hoje acham que esse desenvolvimento que existe no país é bom, isso se deve aos europeus. Mas eu condeno, pois sou a favor e defendo a rica cultura do povo Angolano, o seu habitat natural, sem andarem a tapar o chão com cimento e alcatrão. É uma pena estar a ser substituído, cultura e costumes, pela europeia, principalmente a do Brasil, China e Portugal.
Agora até já andam com macas (teimosia), por causa da dança “Capoeira”. Os Angolanos dizem que é uma dança Angolana, os Brasileiros dizem que é Brasileira. Na minha opinião, e como sempre vivi muito as tradições do povo angolano, a “Capoeira” é uma dança inventada no Brasil pelos escravos que trabalhavam nas roças. A música verdadeiramente angolana é o “Semba”.
Não estou, com isto, a querer menorizar ninguém, até porque sou contra os que invadem outros povos e tentam acabar-lhes com suas raízes e suas culturas. E então Angola é riquíssima em cultura. “Cada macaco em seu galho”. Sou contra a globalização, pois ela só serve para aumentar o fosso da corrupção.
Estas são as construções reaias e naturais de Angola e dos Angolanos que tem a ver com uma cultura muito rica e de um habitat riquissimo.
Vejam este Link:
As verdades sejam ditas. Acabei de ler uma mão "cheia" delas. Quem as diz não merece castigo. Parabéns a quem as escreveu. Também conheci aquele grande País, e tenho ouvido muita
ResponderEliminargente, que por lá passou, dizerem muitas mentiras. Revolta-me ouví-las falar de Angola da maneira como o fazem.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarJosé, sobre os problemas da falta de ferrovias no Brasil eu até fiz uma postagem há pouco tempo.
ResponderEliminarQuanto à capoeira, ao que me consta, é na verdade uma arte marcial, praticada e desenvolvida pelos escravos africanos no Brasil (não sei se foram exatamente os angolanos, mas é provável, pois havia muitos). Seu emprego seria como técnica de luta nas guerrilhas feitas pelos Quilombos (colonias de escravos fugidos).
Para que os fazendeiros não desconfiassem, nas sessões de treinamento eles fingiam estar dançando, e os "passos" da dança eram na verdade golpes.
Estas práticas eram marcadas por toques de berimbau, intrumento também de origem africana.
Eu acho que a população angolana não deve abrir mão das técnicas e coisas trazidas pelos europeus, pois isto deve ser usado para lhes proporcionar conforto. E a língua portuguesa facilita sua comunicação com outros países.
Mas também não deve esquecer a sua cultura e tradição.
Saudações!
Achei bem legal, José, sua intervenção esclarecendo o que é verdade.
ResponderEliminarJose.
ResponderEliminarEu fico feliz por ter voce a nos informar a história dos angolanos, que já estou apredendo a amar.
com carinho MOnica
José, são várias as teorias quanto a origem da capoeira, a que mais convence é que a capoeira data da época da escravidão no Brasil. Muitos negros foram trazidos da África para o Brasil para trabalhar nos engenhos de cana-de-açúcar, nas fazendas de café, nas roças ou nas casas dos senhores. A capoeira era uma forma de luta e de resistência.
ResponderEliminarHoje em dia há muitas formas de jogar capoeira, e a mais tradicional preserva as raízes africanas, como a capoeira angola na Bahia.
Parabenizo-o por mais um texto de qualidade e conteúdo!
Parabéns pela excelente postagem!
Um forte abraço!!
Ouerido amigo é com alegria que recebo a sua visita e o seu comentário, estou agradecendo a vc. Tens razão em gostar de Angola é a tua segunda patria, e que cidade bonita parece muito com as nossas praias nordestinas, seja sempre bem-vindo. lí o seu post todo, inclusive a poesia que vc fez da sua vida,Vou me ausentar por uns dias motvo a uma cirurgia na vista mais a minha filha vai cuidar de responder os comentários. Um abraço amigo. Celina
ResponderEliminarQuerido amigo,
ResponderEliminarObrigada pela visitinha lá no blog
Tenha um lindo dia e tudo de bom
Bichinhos Amados
Pepi e Xixo
É sempre interessante ler seus relatos e considerações sobre esta patria e a co-relação com o Brasil.Meu abraço.
ResponderEliminarÉ sempre uma aula esse parelelismo que fazes com o Brasil. E deverias ler o que o amigo Leonel escreveu sobre a "rede ferroviária brasileira"(ausência de).
ResponderEliminarBeijuuss e um ótimo final de semana procê
Interessante interpretaçóes, beijo Lisette.
ResponderEliminarAmigo: continuas com grandes saudades de Angola, gostei de ver essas imagens,
ResponderEliminarUm abraço
Santa cruz
Oi, José, passei para te agradecer a visita e parei: estou encantada com o seu blog.Te confesso minha total ignorância em relação a Angola e seu blog é uma chance para acabar com isto.E fiquei surpresa de ver que seu caso com Angola é igual ao meu com a Rússia, que adoro desde muito criança.
ResponderEliminarVou passar por aqui sempre, com certeza.
Abraços e sucesso
Muito interessante este blogue querido...Sempre nos trazendo mais e mais conhecimento.
ResponderEliminarBjos achocolatados
Mas o José Eduardo dos Santos (e família) é dono de grande parte de Portugal. bfds
ResponderEliminarConcordo que a lingua portuguesa fosse um fator de união, mas seria de mais valia que a mesma fosse usada entre as etinias de Angola para preservação da própria cultura...
ResponderEliminarFique com Deus, menino Jose Souza.
Um abraço.
Bom Carnaval.
ResponderEliminarOlá José!
ResponderEliminarSeja bem vindo!
Obrigada pela visita!
Abraços,
Izabel
Olá José!
ResponderEliminarObrigada pela visita e comentário no meu blog!
Att, Ana Carla
Nós temos curiosamente duas paixões em comum: África e poesia!
ResponderEliminarBoa semana José!
ResponderEliminarPaz e amor!
Carla