Angola
Cidade feita por chineses em Luanda tem tudo, menos pessoas.
Cidade feita por chineses em Luanda tem tudo, menos pessoas.
O objectivo era albergar às portas de Luanda cerca de meio milhão de pessoas. Mas, até agora, o empreendimento Nova Cidade de Kilamba não passa de mais um "elefante branco" angolano construído com dinheiros chineses.
Há relvados, prédios, apartamentos, escolas, lojas e estradas. A única coisa que não há? Pessoas. Era suposto o complexo residencial Nova Cidade de Kilamba - a cerca de 30 quilómetros de Luanda - estar por esta altura cheio de habitantes. Mas até agora não passa de uma cidade-fantasma.
As pessoas que aí conseguiram comprar um apartamento, vêem-se agora a braços com propriedades depreciadas.
A empresa China International Trust and Investment Corporation (CITIC) gastou 3500 milhões de dólares nesta urbanização que, uma vez completa, ocupará 5000 hectares. Em troca, Angola pagou este investimento com a sua matéria-prima mais preciosa: petróleo.
Este investimento é o mais significativo de uma série de “cidades satélite” que estão a ser construídas por empresas chinesas um pouco por todo o país desde que Pequim começou, há alguns anos, a investir fortemente em Angola.
O governo angolano promoveu a Nova Cidade de Kilamba como um novo paraíso para a classe média angolana, que podia aqui encontrar um estilo de vida mais relaxado que no centro de Luanda. Mas num país onde a classe média ainda não tem visibilidade nem poder económico, o plano parece agora condenado.
Elias Isaac, responsável pelo ramo angolano da sociedade OSISA (Open Society Initiative of Southern Africa), constata, em declarações à BBC: “Não há classe média em Angola, só os muito pobres e os muito ricos, e por isso não há ninguém que compre este tipo de casas”.
Os factos não desmentem Isaac: quase um ano depois de os primeiros 2800 apartamentos concluídos terem sido postos à venda, apenas 220 foram vendidos. E mesmo estes - avança a BBC - não terão sido ainda totalmente ocupados.
O local também não tem ainda infra-estruturas a funcionar. À excepção de um hipermercado localizado à entrada do complexo, a BBC diz que não há mais nenhum sítio para comprar comida.
Nada disto é surpreendente, porém, se levarmos em conta que os apartamentos estão a ser vendidos a preços que variam entre os 120 mil e os 200 mil dólares, num país onde se estima que dois terços dos cidadãos vivam com menos de dois dólares por dia. Tudo isto às portas de uma capital considerada este ano pela consultora Mercer a segunda cidade mais cara do mundo a seguir a Tóquio.
Paulo Cascão, director-geral da Imobiliária Delta, a agência que está a gerir as vendas na Nova Cidade de Kilamba, frisa, porém, que o problema está na dificuldade de acesso a créditos bancários. “Os preços estão correctos para a qualidade dos apartamentos e para todas as condições oferecidas pela cidade. As vendas estão a decorrer lentamente por causa das dificuldades na obtenção de empréstimos”.
Elias Isaac sublinha que a prioridade em Angola devia ser a construção de casas a preços reduzidos, uma vez que maioria da população ainda vive em barracas sem água, electricidade nem saneamento.
De acordo com Paulo Cascão, o governo anunciou recentemente que uma parte dos apartamentos de Kilamba se destina a habitação social, podendo ser arrendados por pessoas com poucos rendimentos. A BBC acrescenta que ainda ninguém sabe exactamente como é que será feito o processo de selecção de habitantes e os mais cínicos argumentam que tudo não passa de uma manobra eleitoralista antes das eleições de 31 de Agosto.
Também se desconhece o que irá acontecer aos apartamentos que não forem vendidos. Isso não preocupa, para já, o governo. O vice-ministro das Obras Públicas, Manuel Clemente Júnior, disse à BBC estar convencido que o projecto será um sucesso.
Respondendo às críticas que dão conta que a urbanização fica demasiado longe do centro de Luanda, o governante afirmou: “Há sempre pessoas que criticam, mas graças às novas auto-estradas que estão a ser construídas, a Nova Cidade de Kilamba ficará apenas a 15/20 minutos do centro da cidade (de Luanda)”.
NOTA: autor desconhecido.
Penso que essa é uma tentativa de formar uma classe média consistente, de maneira a que o futuro possa vir com novos empregos para a população de baixa renda. O preço indicado nesse artigo é para pessoas que gostam de morar em locais diferenciados, portanto o negócio provavelmente será lucrativo para a empresa; as estratégias de desenvolvimento adotadas diferem de lugar a lugar, mas vi disso por aqui, leia-se Brasil, antes que alguém da cidade tome este assunto como alguma maneira encontrada por mim para falar de política. Nada sei de política, mas leio assuntos que levam ao desenvolvimento, mesmo que com alguma polêmica, fato natural nessas circunstâncias. Um abraço, Yayá.
ResponderEliminarConheci mas já não conheço Angola. Pudera que fosse verdade o que os governantes daquele país, dizem o que já terem feito de bom para aqueles que mais precisam.
ResponderEliminarA ideia de construir será sempre boa, de acordo com a bolsa de cada um. Pelos vistos não será o caso do novo empreendimento da cidade de Nova Kilomba, destinado a uma classe social que ainda não terá nascido naquele país. É a vida! Salve-se que puder, e o resto são promessa?
Bom fim de semana para você, meu afilhado José de Sousa.
Um abraço
Eduardo.
Mas, isto foi um absurdo, fazer tantas habitações sem antes ter pesquisado quais as reais necessidades do mercado!
ResponderEliminarSeria melhor ter feito habitações populares, mais ao alcance das classes mais representativas!
Me cheira a má fé no emprego do dinheiro público, pois alguém deve ter-se beneficiado com isto!
Ou não?
Abraços, José!
É preciso ter calma, num ano ou dois, e será uma cidade demasiado pequena para o número de habitantes, Angola está a seguir um rumo contrário à Europa, está a crescer. A Europa é o novo terceiro mundo, isto é, um continente em vias de empobrecimento. boa semana
ResponderEliminarQuerido amigo,
ResponderEliminarHoje é dia de dizer que te quero bem,
que penso em ti sempre
e que tua amizade é muito importante para mim.
Quero dizer também que teu carinho
e tua alegria tornam minha vida mais bonita,
e que te conhecer me fez crescer muito.
Feliz dia do amigo.
Beijocas
Prezado amigo
ResponderEliminarVim para lhe desejar todo do melhor para voce>
Tenha uma linda noite.
abraço Fraterno
Maria Alice
Jose,
ResponderEliminarespero sempre noticias suas que não chegam nunca.
Acabei de lançar como editora um autor dai de tua terra e o livro foi lançado na cidade de Barcelos e é um sucesso. Ja não sou uma desconhecida total em seu país.
Ha um blog novo, que tambem é meu novo livro
que sei que vai amar conhecer, é um blog quente
como voce gosta.
Saudades e apareça, não te facebook ainda?
Esse http://soempalavras.blogspot.com.br/
Querido amigo José
ResponderEliminarTenha um lindo e abençoado final de semana.
Beijocas
Lí com atenção o seu texto sobre a nova cidade desabitada nos arredores de Luanda. Conclui que lá como cá já não existe classe media.
ResponderEliminarDesejo- lhe um feliz natal