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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Sinto-me culpado sem ter culpa


Meus amigos, eu sou de raça branca e europeu (Português). Ninguém imagina o desgosto que sinto por ser desta raça, da raça colonizadora.
Cresci em África, mais propriamente em Angola, por entre selva e savanas. Cresci rodeado de amigos de raça negra de todas as idades. Conheci as culturas e hábitos alimentares. Depois de me familiarizar com aquele povo, naquele paraíso selvagem, passei a sentir-me negro, embora a minha pele fosse branca. Sempre me senti como sendo oriundo de África, como se as minhas raízes focem de lá. Cheguei ao ponto de sentir um sentimento de revolta pelo facto dos homens da minha raça, de raça branca, terem invadido os povos africanos e a toda a força quererem acabar com os seus usos e costumes, com a sua cultura e hábitos alimentares para implantarem os seus que levavam dos seus países invasores. Revoltava-me esta atitude! E mais, ainda, me revoltava era saber que tantos angolanos perderam a vida, a família e outros ficaram mutilados para escorraçar com os invasores, e o capanga do imperialismo ocidental, José Eduardo dos Santos, pactua com esta raça que fez deles uns homens sem direitos, como se focem uns animais, escravizando-os e explorando-os. Agora ele (JES) deu continuidade, e com mais garra, a que seja implantada naquele país as culturas europeias e asiáticas, fazendo assim que aquela cultura e hábitos tão ricos, desapareçam do mapa angolano. Conheço ambas as culturas e sinceramente detesto a ocidental. A cultura africana, rituais e hábitos são mais primitivos e para mim tem mais sentido e é mais saudável, pois une mais o povo, enquanto os ocidentais, ganânciosos, são mais desunidos, e quando existem amizades não são tão compactas, facilmente se quebra o elo de ligação. O ocidente é egoísta, capitalista e não olham a fins para atingirem os seus objectivos.
O meu coração vive triste, pois nunca pensei que depois de se terem livrado dos invasores e de 14 anos de guerra para os expulsar, fosse este país governado pela mão de um falso Angolano, que apoia incondicionalmente, a implantação de uma outra cultura acabando assim com a primitiva e que tinha raízes bem fortes.
Pelo facto de saber que durante os 500 anos, os invasores portugueses, quiseram destruir aquela rica cultura Angolana, leva-me a sentir raiva pelo facto de a minha pele ser branca.
Queria ser negro, sentir-me um dos que foi vítima da escravatura, vítima por perca do habitat riquíssimo em flora e fauna. Queria estar na pele dos meus amigos negros! Sinto vergonha por ser branco e pertencer á raça invasora que nunca respeitaram os direitos do homem.
Amo Angola e os angolanos.

5 comentários:

  1. Uma coisa eu acho verdade incontestável: de qualquer que seja a cor, a invasão e a expoliação de bens e cultura de um povo é uma atitude humanamente execrável, condenável sob todos os pontos de vista. Não conheço nenhum lugar no mundo onde o colonialismo deu certo com relação às tradições culturais e a exploração de homens e recursos da natureza. Veja o que fizeram com os nosso ancestrais índios aqui na américa. Sem contar com a escravidão , trazendo os negros de seus países de origem para virem viver feito gado aqui. Paabéns, José, pela consciência humana e orgulho de sua nação. Abraços. Paz e bem.

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  2. Partilhar não é só a dádiva de oferecer. É também receber.
    Lindas palavras que levanta o nosso ego.
    José, é impressionante que estando internado em uma clínica tu encontras forças para escrever e ainda nos presentear com este lindo texto que é uma verdadeira lição de vida.
    Desejo que melhores logo e volte para casa para o convívio de tua família.
    Conte comigo, estarás presente em minhas orações.
    Um grande abraço, bjss
    Deus está contigo!

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  3. Oi amigo,
    que saudade!
    Tenho sentido à sua falta! Não some não, ta!
    Esta tudo bem com vc?

    Beijos

    Iram

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  4. Jose
    Meu primo quiz sair de Angola, assim que percebeu que além dos viveres de higiene ser dificil de encontrar, que a agua deve ser comprada , que os que ele conheceu não ligam a minima para o que possa acontecer.
    Vivem como animais e visando so o trabalho, não sabe se estão tristes ou alegres.
    Ele percebeu o sofrimento deste povo mas não pode ajudar porque talvez por ser branco havia uma certa rejeição.
    com carinho MOnica

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  5. Minha metade indígena... Sabe do teu sentir.
    Todo colonialismo é desrespeitoso com a origem
    do povo nativo.
    Tua alma... Tem um valor imenso!
    Fique bem.
    Bjo )

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