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sábado, 26 de março de 2011

O bananal à beira do ribeiro

Sinto o cheiro, o som e aquela imagem do lindo bananal à beira de um ribeiro, onde havia uma pequena cascata. Onde a cascata caia, formava um pequeno lago antes de continuar o seu leito para entrar no rio Nhia.
Era um grande bananal, de bananeiras que produziam cachos de bananas que atingiam cerca de 80 quilos cada. Nós, as crianças, por vezes, pela estrada de terra batida e avermelhada, seguíamos até lá. Havia tantos cachos de bananas, uns verdes mas outros já amadurecendo. Tirávamos umas e comíamo-las, hum… como eram gostosas aquelas bananas com um cheiro que nunca mais encontrei igual! Passávamos por entre o bananal e aproximamo-nos do ribeiro onde se encontrava algumas mães, dos meus amigos, lavando a roupa lá no lago. De tronco nu, ancas à mostra até uma parte das nádegas, só uma tanga tapava parte delas e a parte vaginal, de pele lisa e brilhante, curvados sobre as águas compunham aquele lugar de cheiro exótico.
“A função sexual no homem, levou as nádegas a assumirem uma função terciária, de carácter social. Na maioria das sociedades humanas actuais, independente de sua indumentária típica (que pode mesmo chegar à nudez total), as nádegas são encaradas como áreas "tabu" do corpo humano, onde o toque só é permitido em casos de extrema intimidade. Em certas sociedades, no entanto, um palmada nas nádegas pode ser interpretado como um cumprimento ou um gesto de incentivo entre membros de um grupo social fechado, especialmente entre homens. Em muitos lugares, é considerada uma ofensa grave a exibição deliberada das nádegas nuas.
Em Portugal, mesmo em Angola, as nádegas são consideradas a preferência pois é a região anatómica feminina mais observada pelos homens. As mulheres com o maior volume de nádegas causam uma maior atenção e desejo sexual”.
Os filhos daquelas mulheres, meus cambas (amigos), tiravam as roupas e sem preconceitos, saltavam lá para a água enquanto eu apreciava toda aquela azáfama… do bananal ao ribeiro. O nosso bananal à beira do ribeiro!

13 comentários:

  1. Belas lembranças, José!
    Viajei no tempo e no espaço, nas águas da tua narrativa!
    Experiências assim nunca se apagam, são sempre revividas, a cada vez que as contamos!
    Abraços!

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  2. José, recordar é viver...
    Viajamos no tempo quando as lembranças florescem, muito legal a tua retrospectiva.
    Abraços com carinho.

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  3. Belo texto, José, e fico-lhe agradecida por compartilhar conosco suas lembranças. Beijos!

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  4. Olá!
    Encantei-me com a sua história ao ler seu perfil.Tenho certeza que hoje fui apresentada a uma pessoa sensível e que escreve com as tintas do coração. A vida lhe deu um limite físico que você transcendeu através das asas da liberdade do seu espírito.
    É com a alegria que leio a sua história, o seu texto... Cada vez que, no mundo, encontro alguém como você, acende-se em mim a esperança de um mundo melhor e mais humano.
    Parabéns! Muito prazer em conhecê-lo!

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  5. Olá amigo, obrigado pela visita em meu blog.
    Gostei de suas memórias e também me comprometo a segui-lo e visitar com frequência.

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  6. Amigo José, a vida é mesmo assim. As bananeiras lá ficaram, as florestas e os rios. As pessoas algumas mudaram-se para outros lugares.
    Mas há uma coisa que não se mudou, são as saudades daqueles que lá viveram onde foram muito felifezes. Essa vai ficar para sempre no coração das gentes humildes, que trabalhavam honestamente e despreocupadas com as maldades dos outros, que por razões diversas tiveram que abandonar os locais que os viram nascer.
    Um abraço
    Eduardo.

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  7. José, vejo as imagens e percebo que tem muitas semalhanças com alguns lugares do Brasil.
    Com que saudade e melancolia vc escreve sobre a sua "Angola".Imagino o que vc deve sentir!!!Dizem que "saudade é vontade de ver de novo", mas quando não é possivel, vamos arranjando uma maneira para trazer a nossa vida para mais perto.Gosto de vir aqui....
    Excluí o Blog da Emília, mas, estou em "http://emiliaeavida.blogspot.com/
    Espero vc por lá!!!
    Emilinha

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  8. Jose
    Que engraçado!
    Mas que em todo lugar os homens adoram vem bumbum e peitos. Aqui até tem mulher melancia e mais não sei o que!
    E quando a nossa sovrinha nasceu fomos logo ver se ela tinha bumbum, pois aqui em casa ninguem tem bumbum avantajado. Mas ela tinha puxado a avó paterna ainda bem.
    E quanto as sobrinhas de minha cunhada?
    Elas modificaram o email e agora estou esperando achar um telefone para pedir que lhe escreva.
    vai demorar um pouquinho mas vou pedir pra minha cunhada.
    om carinho Monica

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  9. Ao ler o seu texto acompanhado por magnificas imagens, assaltou-me a saudade de África.Das bananeiras, dos coqueiros, das acácias e por aí fora. O aroma de África é inconfundivel.
    Escreve sobre África como ninguém e a sua estória de vida, é recheada de emoções.
    Abraço amigo

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  10. Que lindo!
    Muito obrigado por dividir conosco suas memórias de Angola, estou me encantando com esse país, espero visitá-lo um dia.
    Abraço!

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  11. José

    Venho agradecer e retribuir a visita.
    Não conheço Africa, no entanto espero vir a conhecer um pouco, através da sua escrita, nas suas memórias.
    As terras são como algumas mães!
    Parir é dor, criar é Amor!

    É assim com a terra que nos viu nascer e com aquela que nos adopta!

    Beijinhos de Luz!

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  12. A diversidade geográfica e cultural deste nosso mundo é realmente espetacular, tão rica em detalhes e peculiaridades...Que mundo maravilhoso, o nosso! Oxalá um dia estejamos à altura dele, como seres humanos que se respeitam e à natureza que nos rodeia. Abrs!

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  13. Acho lindo e admirável este amor incondicional que você tem por sua terra.
    Terra essa que confesso estou curiosa a saber mais.
    Aos poucos vou lendo sua postagens.
    Fico muito feliz em te-lo como amigo. A distancia é o de menos..quando a alma não é pequena, como dizia o grande poeta.
    Você é um exemplo de superação..e desejo que todos seus sonhos se realizem.
    Obrigada pelas gentis palavras em meu blog.
    Um abraço, da amiga,
    Ma Ferreira

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